A greve geral marcada para o próximo dia 24 de Novembro, vai contar com a presença dos operadores de handling, controladores aéreos e tripulantes de cabine. Com excepção Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) que, não tendo ainda decidido avançar para a greve, está solidário com os motivos que a impõem, todos os restantes sindicados representados no sector avançaram com os respectivos pré-avisos de greve.

Embora ainda estejam por definir os serviços mínimos, uma coisa é certa: a greve geral marcada pelas duas centrais sindicais terá um forte impacto na operação dos aeroportos nacionais. De forma a antecipar algum do caos habitualmente gerado nestas ocasiões, a TAP optou por deixar de aceitar reservas para o dia 24 de Novembro e está a facilitar a transferência dos voos, entretanto reservados, para outras datas.

Entre os sectores abrangidos pelos pré-avisos de greve, um dos mais sépticos e críticos da austeridade a impor pelo Orçamento do Estado para 2012 é o de handling. Em comunicado, os trabalhadores que em terra se dedicam ao apoio às aeronaves, passageiros, bagagem e carga, dizem estar “contra o total desrespeito com que o Governo trata questões de elevada importância estratégica para o país, nomeadamente todo o sector da aviação civil e aeroportos”.

Já o Sindicato Nacional do Pessoal de Voo e da Aviação Civil (SNPVAC), representante de trabalhadores da TAP, SATA e White, embora já estivesse abrangido pelo pré-aviso de greve da UGT, optou ainda assim por convocar os seus associados a tomarem posição sobre a paralisação. Como resultado da reunião, foi obtida uma forte maioria de votos no sentido da adesão à greve geral e do endurecimento da luta.

Amanhã será a vez do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil se pronunciar, através da realização de uma Assembleia Geral, não só sobre a greve geral de 24 de Novembro, mas de outras greves e formas de luta que possam ser decididas nesta reunião magna. Em causa está o processo de privatização da companhia aérea nacional e os direitos anteriormente negociados com os pilotos, nomeadamente a sua participação até 20 por cento do capital da empresa. Os pilotos contestam ainda o investimento, com sucessivos resultados negativos, que a TAP tem realizado com o negócio de manutenção de aeronaves no Brasil.