O sol já toca na pontinha dos chedis, preparando-se para iniciar a sua descida abrupta, para voltar no dia seguinte a iluminar o parque.

Dirijo-me para a saída, envolto num ambiente misterioso e encantado.

No mesmo local de há varias horas, a senhora desdentada continua sentada, um pouco sonolenta, por detrás da sua alcofa.

Quando me avista a escassos metros dela, o seu semblante sorri tranquilo, e levanta a mão como quem vai dizer adeus.

Levanta-se sem pressa, pelo peso da idade, e ergue o enorme cacho de bananas que me esperavam dentro da alcofa.

Que paciência de chinês tinha tido a senhora, mas na Tailândia a vida é mesmo assim, calma e tranquila.

Faz-me o preço do cacho. Tencionei pagar, mas pediu-me que regateasse, justificando com o facto de estar a comprar as bananas muito caras.

Puxa daqui, puxa dali, volvidos pouco mais de dois minutos tínhamos chegado a acordo de valores, 50 baths.

Tirei do bolso uma nota de 100 baths e dei-lha. Quando se preparava para me devolver o troco acenei-lhe um adeus.

“Lah gòrn ná”, despedi-me.

Buda reclinado em Ayutthaya
Wat Lokayasutharam, a 800 metros de Wat Phra Mongkon Bophit, é o maior Buda reclinado de Ayutthaya.
© Agostinho Mendes
ossadas no cemitério português de Ayutthaya
Ossadas do antigo cemitério português. Os portugueses foram o primeiro povo ocidental a chegar a Ayutthaya.
© Agostinho Mendes