O sol já toca na pontinha dos chedis, preparando-se para iniciar a sua descida abrupta, para voltar no dia seguinte a iluminar o parque.
Dirijo-me para a saída, envolto num ambiente misterioso e encantado.
No mesmo local de há varias horas, a senhora desdentada continua sentada, um pouco sonolenta, por detrás da sua alcofa.
Quando me avista a escassos metros dela, o seu semblante sorri tranquilo, e levanta a mão como quem vai dizer adeus.
Levanta-se sem pressa, pelo peso da idade, e ergue o enorme cacho de bananas que me esperavam dentro da alcofa.
Que paciência de chinês tinha tido a senhora, mas na Tailândia a vida é mesmo assim, calma e tranquila.
Faz-me o preço do cacho. Tencionei pagar, mas pediu-me que regateasse, justificando com o facto de estar a comprar as bananas muito caras.
Puxa daqui, puxa dali, volvidos pouco mais de dois minutos tínhamos chegado a acordo de valores, 50 baths.
Tirei do bolso uma nota de 100 baths e dei-lha. Quando se preparava para me devolver o troco acenei-lhe um adeus.
“Lah gòrn ná”, despedi-me.
Passei um dia por ai. Foi um dia bom, à parte ter sido o mais quente de um mês pela Indochina. Agradável, na generalidade, mas o que ficou na memória acima de tudo o mais foi um momento de final de tarde relatado no meu blog, aqui:
http://www.cruzamundos.com/momentos-aquele-cais-em-ayutthaya/