Antes de completar uma semana sobre a entrega das propostas vinculativas de aquisição, tal como está definido no caderno de encargos para a privatização da companhia aérea de bandeira nacional, a administração da TAP já fez chegar ao Governo o parecer técnico sobre as três ofertas que foram entregues no passado dia 15 de Maio, último dia do prazo.

De acordo com algumas informações veiculadas pela comunicação social, a TAP terá encontrado várias semelhanças das ofertas apresentadas, mas também diferenças que podem mostrar-se importantes na tomada de decisão.

David Neeleman, o dono da companhia aérea brasileira Azul, parece apresentar o plano onde a TAP melhor poderá integrar-se, produzindo desse modo maiores sinergias entre as duas companhias. O interesse em melhorar o desempenho da empresa de manutenção no Brasil, sempre deficitária desde que foi adquirida, é outras das importantes vantagens da proposta do empresário brasileiro. Já Germán Efromovich apresenta como grandes trunfos a disponibilização imediata de 12 aeronaves novas – seis Airbus A330 para melhorar a operação de longo curso e seis Airbus A320 para abrir rotas na Europa que façam concorrência direta às low-cost –, um plano para renovar a frota da Portugália e a rentabilização do Aeroporto de Beja, nomeadamente com a criação de uma plataforma logística de carga para a TAP e a Avianca. Finalmente, o empresário Miguel Pais do Amaral oferece em grosso modo uma injecção de 325 milhões de euros, que visa aumentar o capital da empresa, e que estará em condições de avançar mal seja concluída a venda por parte do estado.

Paralelamente à avaliação técnica da TAP, também a Parpública fez saber que irá apresentar um parecer. No comunicado divulgado pela holding estatal, logo no dia em que se soube da apresentação das três propostas vinculativas, pode ler-se: “Seguir-se-á a análise das propostas apresentadas, um processo que será feito num prazo de cinco dias úteis – previsto no caderno de encargos -, findo o qual será entregue ao Governo o relatório com as respectivas conclusões.”

O relatório a produzir pela gestora de participações do Estado deverá descrever com grande pormenor as propostas recebidas, determinando o seu mérito em função dos critérios de selecção estabelecido no caderno de encargos e, caso se justifique, concluir pela existência de propostas de mérito equivalente, o que muito provavelmente levará o Executivo a avançar para uma ronda de negociações directas.

De acordo com a informação avançada pelo próprio Governo, onde foi manifestada vontade de tomar uma decisão sobre o processo de privatização até final do corrente mês, tudo indica que o assunto seja levado a Concelho de Ministros já na próxima semana.