O conjunto dos oito sindicatos que representam o universo dos trabalhadores da TAP já entregaram, no ministério da economia, o pré-aviso para a anunciada greve de três dias, agora definitivamente marcada para os dias 21, 22 e 23 de Março. Está, portanto, cumprida a promessa efectuada na última sexta-feira.
A inédita união dos sindicatos decorre da recusa em aceitarem os cortes salariais impostos para todos os funcionários públicos no Orçamento do Estado para 2013. Recorde-se que a TAP tem vindo a gozar de um regime de excepção, alcançado pelos sindicatos em sucessivas negociações com o governo português, pelo que continua a não ser aceite o corte de 3,5% a 10% previstos pelo Orçamento deste ano para os salários das empresas da esfera do Estado.
Os funcionários da empresa continuam a defender o seu regime de excepção pois, embora a TAP seja totalmente controlada pelo Estado, há muito que o Orçamento não contempla ajudas financeiras à empresa, tal como é, aliás, imposto por directivas europeias. “Se a TAP goza de um regime de excepção ao ser a única empresa pública que não recebe quaisquer ajudas do estado, deve obviamente também gozar de um regime de excepção para os cortes salariais”, defendem os sindicatos que hoje entregaram o pré-aviso de greve.
Jaime Prieto, responsável máximo pelo sindicato dos pilotos, lembra que o Executivo não os pode acusar de falta de diálogo pois foram muitas as vezes que apelaram à reintrodução da excepção. “Decorreram várias iniciativas no sentido de estabelecer um dialogo franco com o governo, mas sem que surtisse qualquer efeito”. O sindicalista referiu ainda que “nos últimos três anos houve uma redução de 20%” nos salários dos pilotos, facto que desde logo já representa uma quebra brutal do rendimento auferido.
Com esta greve de três dias, a coincidir com o início das férias da Páscoa, logo de grande tráfego nos aeroportos nacionais, a administração da TAP prevê complicações sérias na sua actividade e vários milhões de euros de prejuízos. Contudo, estão a ser desenvolvidas todas as medidas no sentido de causar o menor transtorno aos seus passageiros.
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