Mas o dia não estava terminado. Ainda fomos ao Deserto de Sal, onde todos se deslumbraram e entreteram com fotografias artísticas, mais uma vez, nós incluídos. Tínhamos à nossa espera um maravilhoso pôr-do-sol e um Pisco que, como anteriormente já dissemos, é um licor. Digamos que é o moscatel aqui da zona. Foi um excelente momento para conversar e brindar… Assim se faz uma família de pessoas que entram e saem dos capítulos da nossa viagem. Uns permanecem, outros não; uns voltaremos a encontrar, outros serão apenas uma memória. Durante a tarde conhecemos o André, que já havíamos referido, e o Pelli, um rapaz dinamarquês. Ficamos todos amigos.

Já de noite, depois de um grande banho e da barriga cheia, encontramo-nos novamente, mas desta vez com com muito mais gente: pessoal da Irlanda, Chile, Argentina e França. Juntamo-nos debaixo de uma árvore, junto a uma fogueira e ao som de uma viola. Enfim, uma boa noite de convívio.

Valle de la Muerte no Atacama
Dunas para a prática de Sandboard no Valle de la Muerte

Mas antes de finalizar o episódio Atacama, ainda nos faltava mais uma aventura: o sandboard! Guardado para o terceiro dia, o sandboard teve de se fazer num dia quente, entregue aos caprichos e à vontade do deserto. Montados nas bicicletas e agarrados às pranchas – iguais às do snowboard –, pedalamos até ao Valle de la Muerte. O nome não poderia ter sido mais bem escolhido, pois trata-se de um local completamente ermo, muito seco, cheiro de montanhas rochosas e dunas, onde não existe vida alguma. Foi junto a uma destas dunas que paramos e nos lançámos à areia. Inexperientes, caímos imensas vezes, sentimos correr a adrenalina nos nossos corpos e gritámos de alegria, pois nunca antes havíamos experimentado sandboard ou snowboard. A duna estava por nossa conta. Subimos algumas vezes e descemos outras tantas. Refiro-me a poucas, porque subir uma duna tão grande ao meio dia, para mais no meio do deserto, demora cerca de vinte minutos para desfrutarmos “apenas” de um, na descida. De qualquer forma, valeu todos os minutos e paragens que fizemos na subida. Foi uma experiência fantástica.

Em San Pedro de Atacama, enchemo-nos de pó, ficamos cobertos de sal e comemos muita areia. Da gratificante experiência ficaram, principalmente, as recordações e memórias que não iremos esquecer nunca, nunca, nunca. Um sítio para voltar!? Claro que sim!

E assim dizemos adeus ao Chile. Uma visita breve, mas enriquecedora.

Próximo destino: Bolívia; e continuamos ansiosos – como sempre – ou melhor, como nunca, pelo que se vai seguir. E mais não digo, perceberão o porquê!

Beijos e abraços.