Ir de um lugar para outro na capital argentina é bem fácil e qualquer meio de transporte que você escolha é mais barato do que no Brasil. Mesmo assim, tenho aquela ideia de que a pé se conhece melhor um lugar, então Carmen e eu fomos a pé de San Telmo até o Boca, no nosso segundo dia. No caminho é claro que se encontra muita coisa interessante, um museu, uma praça, uma igreja, uma mercearia com frutas frescas que não estávamos acostumados a comer. Chegámos ao famoso Caminito, com suas ruas de casas coloridas e restaurantes com bailarinos e cantores de Tango e outras músicas típicas. Era 31 de dezembro, e, às 16h, os comércios estavam fechando, não sei se porque era ano novo ou se é assim normalmente. Por via das dúvidas, quando visitá-lo, vá no horário de almoço para pegar todos os bares e restaurantes abertos. Perto dali, está o estádio do Boca Juniores, que tem um museu anexo. A entrada varia de $100,00 a $130,00, dependendo do modo da sua visita (se só o museu, ou o estádio junto…). Como não gostamos muito de futebol, fomos mais por se tratar de um lugar de grande importância turística e vimos tudo em meia hora. Se você gosta, talvez gaste umas duas horas lá. Uma placa em português entre a arquibancada e o gramado me deixou contente em saber que eu não era o único ali tentando me esforçar para falar a língua do país vizinho. Viva o Portuñol!

placard amarelo instalado nas escadas das bancadas do estádio La Boca em Buenos Aires
Bancadas do estádio La Boca.

O segundo meio de transporte que usamos é o táxi. Vale a pena quando se está de duas pessoas ou mais e tem pouco tempo ou preguiça. Quando Carmen, eu e nossos recém-conhecidos amigos Érica e Marcelo fomos aos outlets da Avenida Córdoba fazer compras, voltamos de táxi, atravessamos quatro bairros, de Palermo a San Telmo, por $20,00 para cada um. A Avenida Córdoba é um bom lugar para se fazer compras, mas a única coisa que comprei na cidade foi um chaveirinho de $5,00. Se era pra esbanjar, preferi deixar pra gastar num jantar/show de Tango. Nós quatro escolhemos a esquina Carlos Gardel, que oferecia o transporte ida e volta; o jantar com entrada, prato principal, bebida liberada e sobremesa; e o espetáculo. Hoje em dia isso custa 96 dólares. Quando os pratos chegam, você até se assusta com o tamanho da porção e tem certeza de que sairá dali com fome. Mas a comida encheu todos os estômagos. Saímos satisfeitos.

vários pratos com alimentos e copos com bebidas numa mesa de jantar
Jantar na esquina Carlos Gardel.
Vereda del tango num passeio de Recoleta em Buenos Aires.
Vereda del tango.

Carmen e eu vivenciámos melhor o Tango no La Viruta (o V soa como B no espanhol argentino, então diga Labiruta). Na mesma noite, fizemos duas aulas de tango e uma de rock com ótimos professores, assistimos aos professores dançarem, e podemos praticar o que vimos na aula no próprio salão do lugar, já que a pista é liberada após cada aula. Isso tudo por $70,00, sem precisar ir de traje formal. Precisa reservar a mesa antes pelo facebook ou telefone. A comida e a bebida não estão inclusas na entrada, mas é barata também. O preço dos menus vai de $90,00 a $200,00 e servem bem duas pessoas. Se você estiver totalmente duro, também dá pra aprender tango no meio da rua, grátis. A calçada estampada com o passo básico te dá vontade de chamar alguém na rua e começar o baile. Na dança, pouco importa a língua que se fala.

:: Escrito de acordo com a ortografia brasileira ::