O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) decidiu, na assembleia-geral extraordinária realizada na passada terça-feira, avançar com a convocação de oito dias de greve dos seus pilotos. A paralisação será dividida em dois períodos de quatro dias, previstos para os intervalos compreendidos entre os dias 9 a 12 de Dezembro e 3 a 6 de Janeiro de 2012.

Em comunicado, o SPAC confirma que os seus pilotos “decidiram pelo recurso à greve para exigirem à administração da TAP o cumprimento das normas do Acordo de Empresa e a reposição de um clima laboral que reponha a equidade no tratamento entre pilotos e chefias”.

O sindicato sublinha ainda que a decisão tomada prende-se com o facto de o Governo não estar a envolver os pilotos no processo de privatização da companhia aérea nacional, tal como previsto no acordo de empresa celebrado em 1999. Neste acordo, terá ficado estabelecido que no momento em que a empresa fosse privatizada, os pilotos teriam direito a um valor compreendido entre os 10 e 20 por cento do capital da transportadora. Os pilotos da TAP levantam ainda algumas dúvidas sobre a verdadeira situação da empresa, pelo que reivindicam que lhe seja disponibilizado o “acesso à informação necessária para que possa ser feita uma avaliação objectiva e independente”.

A última greve dos Pilotos da TAP ocorreu em 2009. Na altura, a companhia aérea veio a público informar que a paralisação foi responsável pelo cancelamento de 52 voos, mas o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil refutou a informação e falou num total de 130 voos cancelados. Já no que respeita ao impacto financeiro, estima-se que as contas da TAP tenham sido afectadas em cerca de 10 milhões de euros.

Se tem voos TAP marcados para os dias anunciados de greve, mantenha-se atento a qualquer informação veiculada pela transportadora de bandeira nacional, através dos órgãos de comunicação social ou em www.flytap.pt. Recordamos ainda que para o próximo dia 24 de Novembro também está convocada uma greve geral que, embora não conte com adesão os pilotos, terá um forte impactos em todas as restantes actividades aeroportuárias.