Mas a dois passos existe algo verdadeiramente interessante: a maior aglomeração de chineses fora da China. Com 150 mil habitantes, Chinatown está em expansão para a vizinha Little Italy e para o bairro judeu de Lower East Side. A Canal Street, em que abundam as falsificações de carteiras e relógios, é uma espécie de Babilónia asiática e uma grande oportunidade para ir às compras.

Ground Zero

Se caminhar para sul entra na Lower Manhattan, a capital financeira da cidade. Situa-se nesta área o Federal Reserve Bank, a famosa Wall Street e o New York Stock Exchange. Mais importante ainda: é aqui que fica o Ground Zero, o local em que caíram as torres gémeas a 11 de Setembro de 2001.

Pelo gradeamento podemos espreitar para o gigantesco buraco, e apreciar as obras do que vai ser o novo World Trade Center. É impressionante verificar como a cidade retomou a sua vida normal após a tragédia. Hoje, a zona enfrenta um cataclismo financeiro sem paralelo desde 1930.

ponte de brooklyn
Ponte de Brooklyn sobre o East River.
© Simone Roda ( CC BY 2.0 )

Outras atracções em New York

Os programas para quem passa uns dias em Nova Iorque não acabam. Pode embrenhar-se em Central Park e visitar o Guggenheim, ou abrir a boca com a monumentalidade e o acervo do Metropolitan Museum.

Ou então, atravesse a pé a Ponte de Brooklyn. Do outro lado, existe uma nova cidade, que é a coqueluche nova-iorquina do momento: aqui situam-se os novos bairros da moda. O escritor Paul Auster nunca saiu da região desde que chegou do sul de França.

Também Queens, um sítio até há pouco violento, se civilizou: hoje pode ver mais arte aqui do que em todos os Estados do Sul. E até o intratável bairro do Harlem recebeu o ex-presidente Bill Clinton de braços abertos: os taxistas que se recusavam a entrar em certas ruas conduzem hoje os donos do mundo a condomínios de luxo e a restaurantes absurdamente caros.

Nova Iorque é uma Babilónia: 30% dos habitantes nasceram no estrangeiro e falam todas as línguas da ONU. Essa é a verdadeira fonte de prazer da cidade: por isso, sente-se na montra de um café, peça um cappuccino e veja o mundo a passar. O espectáculo nunca acaba. É histriónico, divertido, trágico e comovedor. A sua variedade infinita toca-nos, por vezes brutalmente, com uma estranha familiaridade. Para isso não há palavras, só recordações.