Conforme nos aproximávamos de Meiktila, as montanhas, cobertas de densas florestas luxuriantes, davam lugar à planície e a estrada voltava a ganhar uma camada de asfalto digna desse nome, agora até com algumas rectas. Em contrapartida, o clima, ameno e fresco, ficava também para trás e o ar era agora tórrido e seco. Apesar de ainda faltarem umas boas horas até chegarmos a Bagan, era um sinal que estávamos a aproximar-nos do ambiente que iríamos encontrar nos próximos dias.

A verdade é que ao fim de dez horas, traduzidas num dia inteiro de estrada, eu estava feito num trapo. Foram quatro as viagens que fiz por terra em Myanmar e esta foi sem dúvida a mais desconfortável, mas de longe a menos aborrecida e única onde não tirei o iPod da mochila. Talvez o segredo esteja no facto do autocarro não ter passado os vídeos pop birmaneses, que me aborreceram nas restantes viagens, pois eram demasiados estímulos a contribuir para bloquear os sentidos.

Onze horas e meia depois de entrar no autocarro chegámos a Nyaung-U, uma hora e meia depois do previsto. Afinal a pontualidade não é por aqui uma virtude. A piscina do hotel estava cada vez mais perto, e desta vez não houve nenhuma surpresa!

Montanhas entre kalaw e meiktila
Região montanhosa algures entre Kalaw e Meiktila.