Se por acaso a sua mala de mão está a ultrapassar as dimensões porque tem demasiados objectos, retire do interior aquele casaco mais volumoso e vista-o; ponha a camisola à cintura ou sobre os ombros; e na pior das hipóteses – isto é mesmo um segredo e fora-da-lei -, arranje um saco de compras duty-free e ponha os objectos a mais lá dentro. Muito provavelmente será bem sucedido e entrara no avião sem que lhe seja retirada a sua bagagem de mão. Note-se que o saco do duty-free é permitido para além da bagagem de mão, mas uma mala de senhora a tiracolo já não.
Com estas técnicas e advertências já teremos poupado alguns euros que poderão representar algo entre a metade e o valor total do bilhete. Mas há mais onde poupar. Nas low-cost não há lugares marcados, pelo que o atendimento preferencial ou prioridade no embarque têm obviamente um custo adicional. No Speedy Boarding, por exemplo, a taxa varia consoante os trajectos e pode-lhe custar até cerca de 13€. Não é obrigatória, mas dá-lhe como principal vantagem a possibilidade em ser um dos primeiros a entrar no avião e evitar as filas de espera. Se for um passageiro habituado a andar de avião, você já sabe quais são os melhores lugares, pelo que rapidamente poderá chegar a eles. Curiosamente, eu que nunca sou dos primeiros e muitas vezes sou até dos últimos a entrar no avião, para minha grande alegria, constato com frequência que alguns dos melhores lugares estão muitas vezes ainda vagos.
Quais são os melhores lugares num avião? Embora este seja um assunto subjectivo, numa companhia low-cost não há lugar para muitas dúvidas: são aqueles onde há mais espaço para as pernas e/ou onde há menos ruído. Mas este assunto será alvo de uma abordagem numa próxima oportunidade.
Caso nunca tenha reparado, num avião low-cost o espaço entre filas é menor do que num avião de uma companhia tradicional. As cadeiras são menos confortáveis, algumas não se podem rebater e outras são mais estreitas; não há classe executiva ou qualquer outra classe intermédia. No fundo, não passa de uma estratégia para transportar no mesmo espaço um maior número de passageiros, tudo na busca do mesmo lucro final. Eu vejo o Speedy Boarding como algo facultativo, até porque se estiver acompanhado de crianças, você terá sempre direito em ser um dos primeiros a embarcar.
Se já tiver utilizado uma companhia tradicional e depois viajar numa low-cost, onde sentirá uma grande diferença, é no serviço de refeições a bordo. Por pequeno que seja o repasto, prepare-se para acenar com alguns euros: numa low-cost tudo se paga. Tudo menos a única coisa que provavelmente se irá manter gratuita a bordo: um simples copo com água. Geralmente na dianteira e traseira do avião há duas torneiras com água potável. Ali poderá pedir para saciar gratuitamente a sua sede, mas não se entusiasme. As ofertas ficam-se mesmo por aqui. Se acha que vai ter fome a bordo, não hesite em trazer a sua comida. Para além de ser permitido, será provavelmente muito mais barato. Também poderá comprar comida no aeroporto, e bebida depois de passar o controlo da segurança, mas será sempre uma vítima dos inflacionados preços das estruturas aeroportuárias.
Acima de tudo, não fique assustado com todos estes suplementos e tarifas adicionais, pois apesar de tudo, as low-costs continuam a ser mais baratas que as companhias tradicionais. Além da estrutura empresarial diferente, poupam em escritórios, pessoal, serviços dispendiosos de catering e imensos outros serviços que passam despercebidos aos passageiros. A AirBerlin, por exemplo, evita despesas de manutenção com os aviões devido a manterem a frota muito nova e sempre dentro do período de garantia. Quando esta expira, os aviões são vendidos e substituídos por aparelhos novos.
Espero que este conjunto de métodos e estratégias lhe permitam economizar uns euros e viajar verdadeiramente low-cost. Tal como as companhias poupam, também nós temos de aprender a poupar. Com ou sem low-cost, resta-me partir para uma Próxima Viagem.
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