De acordo com a informação avançada pelo jornal electrónico Dinheiro Vivo, o governo está a exigir aos cinco consórcios candidatos ao processo de privatização da ANA, que o aproveitamento do Aeroporto de Lisboa seja maximizado até ao limite das suas capacidades.

Alegadamente o executivo terá em sua posse elementos que apontam para a sobrevivência da Portela por mais 15 anos pois, segundo dizem, a sua capacidade só estará esgotada quando for ultrapassado um movimento superior a 22 milhões de passageiros anuais ou aproximadamente 185 mil movimentos aéreos. A longevidade da actual infra-estrutura aeroportuária tem por base os números recentemente revelados pela ANA, onde é mostrado que este ano, entre Janeiro e Outubro, passaram pelo Aeroporto da Portela aproximadamente 12,7 milhões de passageiros e foram operados 123.027 movimentos aéreos.

Com a apresentação desta proposta, onde vai ser alienada a empresa encarregue de gerir os aeroportos nacionais, a ideia de criar um aeroporto low-cost nas imediações de Lisboa, para o qual se chegaram a avançar as localizações de Sintra, Alverca e Montijo, fica, pelo menos por agora, adiada. Em contrapartida o governo aponta como caminho o lançamento de um conjunto de obras de beneficiação na actual infra-estrutura, que serão da inteira responsabilidade do consórcio vencedor e que poderão ultrapassar um investimento superior a 20 milhões de euros por ano.

As previsões podem, contudo, ser contrariadas caso no dia mais movimentado do ano se verifique uma das seguintes premissas: o número de passageiros superar a barreira dos 80 mil ou a quantidade de movimentos atingir 580 voos por dia. Quando assim for, entende-se que a capacidade do Aeroporto de Lisboa está esgotada, pelo que a entidade responsável pela gestão de então terá de apresentar, num prazo limite de 36 meses, um plano para a construção de um novo aeroporto.