A Spanair, companhia aérea espanhola, declarou falência durante o último fim-de-semana e deixou aproximadamente 22,8 mil passageiros em terra, bem como cerca de quatro mil trabalhadores com o futuro mais do que incerto. Com um passivo superior a 300 milhões de euros e depois de fracassadas todas a tentativas de recuperação, nomeadamente o falhanço das negociações com a Qatar Airways para a entrada no seu capital, além da recusa do governo catalão em efectuar novos investimentos, que recorde-se é o principal credor com cerca de 140 milhões de euros investidos, não restou à Spanair outra alternativa se não pedir ao tribunal a protecção contra credores.

No comunicado citado pela imprensa espanhola, a Spanair sublinha que tomará todas as medidas legais que lhe são exigidas e justifica a decisão com a falta de viabilidade financeira para os próximos meses, bem como uma elementar medida de prudência e segurança. Algumas notícias, entretanto veiculadas, dão conta que a companhia já terá começado a devolver aos passageiros o valor pago pelos bilhetes, além de ter iniciado contactos com outras companhias para que sejam encontradas soluções de transporte para todos os lesados.

A Spanair foi fundada em Dezembro de 1986 pela SAS e a Teinver, holding de Gonzalo Pascual e Gerardo Díaz Ferrán, também proprietários do Grupo Marsans, entretanto encerrado devido a graves problemas financeiros. Inicialmente a companhia apenas dedicou a sua actividade aos voos charter, mas a partir de 1994 passou a operar voos regulares de médio curso, e cerca de três anos mais tarde, iniciou as ligações de longo curso. Posteriormente, a Spanair passou a ser detida integralmente pela SAS, mas em Janeiro de 2009 o consórcio Leasa – Iniciatives Empresarials Aeronàutiques – adquiriu 80,1% do capital da companhia aérea. O objectivo era fazer da Spanair uma companhia com forte enraizamento na Catalunha e que potenciasse o desenvolvimento do Aeroporto de Barcelona – El Prat.

Apesar de em 2011 a companhia aérea ser considerada a 5ª maior em embarques e desembarques nos aeroportos de Espanha, alguns especialistas apontam o trágico acidente ocorrido em 20 de Agosto de 2008, onde faleceram 154 passageiros, como o início da decadência da empresa, pois a imagem pública nunca terá sido totalmente recuperada.