Ao chegar no centro da cidade, na provinciana Praça da Sé, rapidamente percebe-se o lugar de destaque que a “cidadela” ocupa no núcleo urbano de Bragança. No alto de uma leve colina, está o círculo de muros medievais em que estão inseridas construções como a Torre da Menagem, Igreja de Santa Maria, Domus Municipalis e Pelourinho, remetendo a diferentes periódos da história da cidade e da nação. Desde os tempos dos assentamos celtas, passando pela ocupação Romana e posterior domínio nacional da Dinastia dos Bragança, esta última influente não apenas em Portugal, mas também no Brasil colônia.

Um dia é mais do que suficiente para conhecer a cidade de Bragança, mas passar alguns dias na região revela ao viajante uma outra face de Portugal, mais simples e ao mesmo tempo, “protegida” do progresso. Tendo a cidade como base, explorar a região torna-se fácil, principalmente se estiver de carro; além disso, é possível encontrar agências de turismo que fazem passeios especialmente pelo Parque Natural de Montesinho.

O parque, com mais de 750Km², possui apenas 8 mil habitantes distribuídos em 92 vilas. Seu isolamento garante o privilégio de conservar um modo de vida local que até hoje é objeto de estudo de antropológos, como são os casos de Rio de Onor e Guadramil. Em meio a lindas paisagens, onde as montanhas arredondadas se misturam com rios pedregosos, os charcos servem de abrigo para aves de rapina e animais como lobos e javalis.

As estradas em bom estado de conservação facilitam o acesso de carro, mas também é possível caminhar, pedalar e até mesmo cavalgar pela região. Além de outras opções de turismo ecológico e lazer: rafting, canoagem, para-pente, caça e pesca. Informações mais precisas sobre tais passeios são prestadas nos postos de turismo oficial em Bragança (Avenida Cidade de Zamora, 5300), assim como nos próprios hoteis e pousadas. Aqueles que buscam pelo isolamento e tranquilidade podem alugar (por semana) casas tradicionais na região.

Vale dizer que em Trás-os-Montes os invernos são muito frios e chuvosos, enquanto que os verões escaldantes e secos; assim a melhor epóca para visitar é na primavera, quando o calor diminui e ainda não chove.

Portugal. Talvez a mais antiga das nações européias, descobridora de novos mundos. Para muitos, paralisada no tempo quando obedecia Salazar; para outros, afundando-se lentamente na crise econômica. Pode ser conservadora demais, religiosa demais, com a população velha demais, mas sem dúvida a cada vale, rio, vila, praia ou cidade um Portugal diferente.

rua em aldeia de Trás-os-Montes
Em muitas das aldeias de Trás-os-Montes predominam ainda hábitos medievais.

Rio de Onor e Guadramil Dentro do Parque Natural de Montesinho, a 26km de Bragança, está localizada a Vila de Rio de Onor. Atravessada pelo rio de mesmo nome, que delimita a fronteira com a Espanha, a povoação se divide em uma parte portuguesa e outra espanhola. Com séculos de existencia e tradição, a população vive basicamente da agricultura e criação de gado.

Além de um dialeto próprio, os moradores mantem um regime comunitário que é um dos únicos exemplos vivos de comunitarismo medieval. Onde a posse dos campos, moinhos e rebanhos é coletiva e a administração rural e da vida em comunidade é feita por dois mordomos – representantes do povo, com a função de administrar a justiça e despesas públicas – o cargo é exercido desde o período romano, ainda com o nome de vilicos, e durante a Idade Média acumulou a função de cobrança de multas e outras penas. Todas as questões públicas são marcadas na “Tala da Justiça”, um pedaço de madeira em que ficam registradas as multas e atribuições de cada casa ou “vizinho”.

Atualmente tal modo de vida já sofreu algumas alterações: os dois mordomos, antes eleitos, agora são trocados voluntáriamente para que todos possam exercer a função. Além disso, a vila tem sofrido com o êxodo dos jovens moradores para as grandes cidades e com o envelhecimento da sua população. Hoje são menos de cem os habitantes de Rio de Onor. Assim é possível perceber que há muitas casas vazias por conta do número descrecente de moradores, o que dificulta a manutenção do sistema comunitário. De acordo com “Seu Mariano”, antigo mordomo, hoje a maioria dos moradores vivem com a aposentadoria que recebem do governo.

:: Escrito de acordo com a ortografia brasileira ::

Info
Moeda: Euro [R$ 1 equivale a EUR 0,32].

Idioma: Português.

Fuso horário: Varia entre +2h e +4h em relação a Brasília.

Documentação: Passaporte válido (pelo menos seis meses) para estadias de até 90 dias a lazer.

Seguro de Viagem: Ter um seguro de viagem não é obrigatório, mas recomendado. O seguro de viagem da World Nomads é um dos melhores e mais completos do mundo, sendo reconhecido e recomendado por entidades como a National Geographic ou Lonely Planet. Não é pois por acaso que o sugerimos aos nossos leitores e que nos tornamos parceiros desta reconhecida empresa dinamarquesa. Para obter mais informações sobre as soluções disponibilizados pela World Nomads consulte a página que se encontra aqui.

Quando ir
Os meses de verão (junho a agosto) são a alta temporada e marcados pelas altas temperaturas, dias de sol e grandes aglomerações. De novembro a fevereiro, são as chuvas e as baixas temperaturas que ditam o ritmo da vida na região, o que muitas vezes pode dificultar e até impedir a realização de alguns passeios. O ideal é viajar entre setembro e outubro ou março e maio, quando as temperaturas são mais amenas e os turistas ainda não estão presentes em grandes quantidades.
Como chegar
A TAP oferece voos diários para o Porto e Lisboa saindo de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Salvador, Recife, Natal e Fortaleza. Existem ainda outras opções que podem ser encontradas junto do nosso parceiro eDreams. A duração dos voos varia entre seis e dez horas. Dentro de Portugal, a maneira mais prática e não tão cara de viajar entre as cidades é de carro: as estradas estão em ótimas condições e muito bem sinalizadas. Também é possível percorrer alguns trechos de trem e ônibus
Onde ficar

Braga:

Hotel do Templo: Localizado no monte do Bom Jesus, este quatro-estrelas oferece lindas vistas da cidade e até mesmo do mar. Reformado em 2004, hoje tem quartos modernos e piscina coberta.

Pousada de Santa Maria do Bouro: Esta monumental pousada era um mosteiro cisterciense do século XII. Em 1997, uma grande reforma converteu as celas dos monges em quartos modernos e com fantásticas vistas. Conta também com um lindo jardim e um restaurante especializado em cozinha do Minho.

Guimarães:

Casa de Sezim: Uma construção aristrocrática de 1376 conta com salões espaçosos e decorados com retratos de ancestrais e papeis de parede do século XIX. A propriedade produz vinhos desde 1390 e oferece visitas guiadas.

Pousada de Santa Marinha: Em um monte com vistas indescritíveis de Guimarães, foi construído um mosteiro no século XII. Após um grande incêndio em 1951, a propriedade foi abandonada, na década de 1970 foi reformada e hoje abriga uma pousada de luxo, em que as antigas celas se transformaram em modernos e acolhedores quartos.

Viana do Castelo:

Estalagem Casa Melo Alvim: Construída em 1509, tem uma fachada neobarroca e claustros tranquilos; localizada no centro da cidade, tem arquitetura interior moderna e sobria, além de decoração individual nos quartos.

Pousada de Santa Luzia: Construída em meados do século XX para ser uma pousada de luxo, conta com grandes e bem decorados salões, restaurante de alta gastronomia – todos com vistas para a Basilica de Santa Luzia, a cidade e a Praia do Cabeldelo. O mesmo ocorre com os pouco mais de 50 quartos, decorados individualmente e com vistas deslumbrantes.

Bragança:

Residencial Tulipa: Bastante simples, o residencial oferece uma boa relação custo-benefício para quem quer se hospedar no centro velho de Bragança. Com quartos modernos e ótimos banheiros, o residencial também conta com um restaurante regional.

Pousada de São Bartolomeu: Localizada em uma colina ao lado da Cidadela, a pousada oferece de todos os seus quartos lindas vistas para o Castelo de Bragança. Há também uma sala de chás e um ótimo restaurante. A piscina ao ar livre é extremamente agradável no verão.

Outras opções de alojamento podem ser encontradas junto do nosso parceiro booking.com

Onde comer

Braga:

Frigideiras do Cantinho: Fundado em 1796, o restaurante e café é uma ótima parada para aqueles que desejam apenas tomar um café e desfrutar dos doces tipicos da região, assim como para quem busca uma típica refeição portuguesa. Além dos pratos do dia, é possível deliciar-se com os pratos de bacalhau e outros frutos do mar. Prove o Bacalhau a Braz.  A acolhedora casa no Largo de João do Souto recebe seus clientes há mais de dois séculos.

Café Viana: Localizado na Praça da República, um antigo café de arquitetura Art Nouveau, serve um excelente café, bem como ótimos bolos e doces. Caso esteja lotado, vá a um dos outros cafés ao lado na mesma praça. Destaque ao café Astória.

Guimarães:

São Gião: É considerado por muitos moradores da cidade o melhor restaurante do Minho. Moderno, com linhas elegantes, o cardápio é vasto e baseado na cozinha tradicional do Minho. Destacam-se os pratos com carne de caça e peixe, além de ótimas sobremesas.

Restaurante Santiago: Localizado na Praça de Santiago, bem no centro de Guimarães, o simples restaurante serve pratos típicos da região a preços módicos. Destaque para o Naco a Conquistador: carne de caça com batatas cozidas, arroz com legumes e molho de mostarda e alho. Um dos clássicos da região.

Viana do Castelo:

Taberna do Valentim: Em uma antiga e típica casa do Minho, com paredes de granito e teto de madeira, a taberna é famosa por servir apenas peixes que vem dos barcos de pesca locais. Quando o tempo não ajuda para que os barcos saiam e tragam peixe fresco o restaurante não abre.

Restaurante Portugália: Localizado no coração do centro histórico de Viana do Castelo, o restaurante é famoso pelos pratos com frutos do mar que serve, como o Bacalhau, Pescada, Salmão e Robalo. Além é claro de carnes de caça. É recomendável reserva.

Bragança:

Solar Bragançano: Em uma casa do século XVIII no centro da cidade, serve cozinha regional com destaque para os pratos de caça. O atendimento geralmente é feito pelo casal de donos do restaurante, sempre muito atenciosos com os clientes.

Lá em Casa: Neste restaurante a cozinha transmontana está em destaque, com muitos queijos, frios, linguiças, bacalhau e carne de caça. Na sobremesa prove a torta de maçã ou de abóbora.

Para saber mais

Sites de Turismo

Braga: www.turismo-braga.com

Guimarães: www.guimaraesturismo.com

Parque Natural Peneda-Gerês: www.geira.pt

Parque Natural Montesinho:  www.bragancanet.pt

Turismo português: www.visitportugal.com | www.turismodeportugal.pt

Operadoras

Terra Mundi: Oferece os mais variados roteiros em Portugal. O cliente pode escolher as principais cidades que deseja visitar.

Intravel: Dispõe de um roteiro de 9 dias no norte de Portugal passando por Braga, Guimarães e Porto.