Tal como em muitas cidades importantes do planeta, também o Rio de Janeiro tem um belo Jardim Botânico, onde decidimos passar um dia a explorar os seus segredos, conhecendo um sem número de plantas locais e internacionais, medicinais, carnívoras e até sensoriais. Tratou-se de uma experiência interessante e repleta de conhecimento sobre a flora, muitas vezes acompanhada por um sem número de macacos que se deslocam ao jardim para comer, entre outros frutos e plantas, a conhecida jaca. Isto acontece porque o Jardim Botânico está colado à floresta da Tijuca, a maior floresta urbana do mundo. Segundo os relatos dos trabalhadores que por lá encontramos, por vezes é ainda possível avistar Preguiças, sorte que não tivemos por ser coisa extremamente rara. De qualquer forma, e apesar da ausência deste animal carinhoso e pachorrento, adoramos o Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Dias depois demos um salto ao Museu da História Nacional e ao Museu das Belas Artes, que por ser Domingo encontramos com entrada livre. Melhor para a carteira. Em boa verdade encontramos dois museus muito interessantes e com boas colecções. De qualquer modo, e não querendo tirar a credibilidade ao Museu das Belas Artes, há que reconhecer a excepcionalidade do Museu da História Nacional. Trata-se de um museu que conta a história do Brasil pré-colonial e neo-colonial. E está de tal forma bem exposto que o acervo expositivo leva-nos a viajar na história e a conhecer profundamente cada um desses tempos, que em rigor começaram há mais de 12 mil anos. É verdade. Portugal não descobriu o Brasil, pois este já estava descoberto há milhares de anos. O que se passou com a chegada dos portugueses foi um encontro de diferentes culturas, sendo que a cultura portuguesa menosprezou e inferiorizou a brasileira, sobrepondo e impondo os “ventos” que sopravam da Europa. É certo que não foi a coisa mais bonita do mundo, mas tão pouco foi exclusivamente negativa. Tudo tem o seu lado bom e mau, pelo que a presença portuguesa não fugiu à regra. O mais interessante é que contribuímos significativamente para a modernização do país. Contudo, a existência da floresta amazónica, fez com que não tenhamos chegado a todos os locais da mesma forma, contribuindo ainda hoje para a existência do “bom selvagem”. Com a visita a este museu aprendemos ainda que Portugal, para além de ter chegado ao Brasil, ter dobrado o cabo da Boa Esperança e ter descoberto o caminho marítimo para a Índia, chegou também a sítios inóspitos como Malaca, Japão, Gronelândia, Austrália e à costa Oeste da América. E isto tudo em menos de 100 anos. Fomos grandes e pequenos ao mesmo tempo. Agora é altura de tal responsabilidade passar para o Brasil: o país irmão do outro lado do oceano.
Para terminar a passagem pelo Rio de Janeiro visitamos ainda Petrópolis com o Jordan, um amigo que conhecemos na casa. Petrópolis foi primeira cidade brasileira e terra de D. Pedro. Pequena e situada a 70 quilómetros do Rio, a cidade é muito bonita e fez-nos lembrar Sinta pela sua arquitectura, vegetação, clima e pelo ordenamento bem ao estilo português. O Jordan foi a melhor amizade que fizemos no Rio de Janeiro. Foi ele que nos levou a conhecer a sua cidade e, para além disso, a sua família. Fomos muito bem recebidos em sua casa, local onde passamos por grandes momentos de confraternização e diversão. Ao longo desta viagem temos tido a sorte de encontrar pessoas de grande coração e que facilmente nos deixam entrar nas suas vidas. É algo que nos deixa realmente muito felizes pois não somos “meninos quietos”. Pelo contrário. Há em nós uma grande vontade de conversar e conhecer. Passou quase um mês mas chegou a hora de nos despedirmos destas novas amizades com um até já.
Chegou também a hora de continuarmos viagem e rumarmos a sul, até à nossa próxima paragem: as Cataratas de Iguaçu. Desde o início desta viagem que estávamos expectantes quanto ao que iriamos encontrar na paisagem composta por quase 300 quedas de água. Não é pois por acaso que entramos sorridentes para dentro de um autocarro, mesmo sabendo que teríamos de enfrentar vinte e duas horas de viagem. Mas valeu a pena. No final de contas foi para conhecer umas das 7 Maravilhas Naturais do Mundo.
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